Uma viagem multicultural que alterna cidades históricas da antiga República de Veneza e do poderoso Império Austro-Húngaro, monumentos da época romana e palácios palladianos, a beleza cênica do Lago de Garda e incríveis paisagens alpinas. Além de tudo isso, o itinerário passa por três das mais famosas zonas vinícolas da Itália.
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Vicenza, no Veneto, e Gorizia, em Friuli-Venezia Giulia (fotos: Shutterstock)
Iniciamos o roteiro em Trieste, capital de Friuli-Venezia Giulia, localizada no extremo Nordeste da Itália. Durante mais de cinco séculos, ela foi considerada uma das mais importantes cidades do Império Austro-Húngaro, e seu principal porto. O passeio começa na Praça Unità d’Italia, uma das mais bonitas do país – um verdadeiro salotto (sala de visitas) –, ladeada por elegantes edifícios e de frente para o mar. Após a visita da Catedral de San Giusto, conhecida por seus mosaicos bizantinos, almoçamos em restaurante típico no Borgo Teresiano, bairro construído em meados do século 18 e dedicado à imperatriz austríaca Maria Teresa.
Cenários de Trieste: O Castelo de Miramare; o Canal Grande; a Praça Unità d’Italia; a Catedral de San Giusto; e um edifício do Borgo Teresiano (fotos: 1- Shutterstock; 2- Lucas Aless/Wikimedia; 3- Diego Delso/Wikimedia; 4- Twice25/Wikimedia; 5- Fred Romero/Flickr)
Pela manhã, partimos para Gorizia, a poucos quilômetros da fronteira com a Eslovênia. Vamos admirar o seu Centro Histórico, caracterizado por prédios em estilos diferentes, que marcam as presenças veneziana, eslava e germânica na cidade. O passeio termina na Praça della Vittoria, onde se encontra o Palácio do Governo e a Fonte de Netuno. Em seguida, percorrendo uma estrada repleta de vinhedos e cerejeiras, seguimos em direção a Cormons, localidade conhecida pela produção de ótimos vinhos, especialmente brancos. Uma parada em Capriva del Friuli nos permite visitar a adega histórica e almoçar na vinícola do Castello di Spessa.
O castelo e a Fonte de Netuno, em Gorizia; vinhedos em Cormons; e o Castello di Spessa, em Capriva del Friuli (fotos: 1- T137/Wikimedia; 2- Limonadis/Wikimedia; 3- Shutterstock; 4- Toprural/Flickr)
Atravessando a divisa entre Friuli-Venezia Giulia e o Veneto, viajamos para a Riviera del Brenta, que liga a laguna de Veneza a Pádua. No percurso de cerca de 30 quilômetros pelas margens do Rio Brenta, admiramos belezas naturais e algumas das espetaculares ville, mansões construídas entre os séculos 16 e 18 por nobres venezianos. Destacam-se a Villa Pisani e a Villa Foscari, projetada por Andrea Palladio. Após o almoço em restaurante tradicional na localidade de Mira, seguimos pela auto-estrada até Verona, a cidade dos namorados, imortalizada por William Shakespeare no romance Romeu e Julieta.
Panorama da Villa Pisani, na Riviera del Brenta (foto: Raffaele Pagani/Wikimedia)
A visita ao Centro Histórico de Verona começa na Praça Bra, dominada pela espetacular Arena, anfiteatro romano que até hoje é palco de concertos musicais, abrigando mais de 20 mil espectadores. O passeio prossegue até a Praça delle Erbe, um grande mercado ao ar livre, onde se destacam o Palácio Maffei e a Torre del Gardello. Na vizinha Praça dei Signori, encontramos testemunhos da época Scaligera (1262 a 1387), quando a cidade foi governada pela família Della Scala. Na Via Cappello, paramos para conhecer a Casa de Julieta, com a estátua da personagem e a famosa varanda. O almoço ocorre na histórica Antica Bottega del Vino.
Cenas de Verona: Um panorama da área histórica; a Arena à noite; a região da Praça delle Erbe; a Praça dei Signori; e a Casa de Julieta (fotos: 1- Shutterstock; 2- Ettienne Pezzuto/Pixabay; 3- Shutterstock; 4- Andrea Bertozzi; Wikimedia; 5- Lo Scaligero/Wikimedia)
O passeio deste dia começa no Lago de Garda, também conhecido como Benaco. Situado a apenas 30 quilômetros do Centro de Verona, ele marca a divisa com a região da Lombardia. Para admirar o panorama do maior lago da Itália, paramos em duas de suas mais charmosas localidades: Peschiera del Garda e Lazise. Em seguida, partimos para a vizinha Valpolicella, zona vinícola famosa em todo o mundo, que além do vinho que leva o nome dessa microrregião, produz os renomados amarone e recioto. Almoçamos em restaurante típico nas proximidades de Fumane, com degustação dos vinhos locais.
Cenas no Lago de Garda; barcos em Lazise; e vinhedos na zona de Valpolicella (fotos: 1- Meineresterampe/Pixabay; 2- Wallpaperflare; 3- Shutterstock; 4- Ilares Riolfi/Flickr)
Continuamos a nossa viagem pelo interior do Veneto, partindo de Verona para Treviso. Sem sair do trajeto, paramos para visitar Vicenza, com seu elegante Centro Histórico. A Praça dei Signori, construída em forma retangular sobre um antigo foro romano, concentra uma espetacular série de monumentos e palácios. Destacam-se a Torre Bissara, com 82 metros de altura, e duas das maiores obras do grande arquiteto Andrea Palladio (1508-1580): a Basílica Palladiana e a Loggia del Capitaniato. Outro orgulho da cidade é a receita do bacalhau à vicentina, que provamos em um restaurante especializado neste clássico prato veneto.
A Praça dei Signori, em Vicenza (foto: Didier Descouens/Wikimedia)
Cortado por pequenos canais, o Centro Histórico de Treviso é protegido por muralhas medievais e monumentos como o Palácio dei Trecento, a Loggia dei Cavalieri, a Igreja de São Nicolau e a Catedral de São Pedro. O passeio continua em direção ao interior da província para visitar as chamadas “Terre del Prosecco”, entre as localidades de Conegliano e Valdobbiadene, ambas famosas pela produção do vinho espumante conhecido no mundo inteiro. Paramos para um almoço na Locanda Sandi – ao lado dos vinhedos desse tradicional produtor –, que contempla a degustação de três rótulos de prosecco.
O Palácio dei Trecento e a Igreja de São Nicolau, em Treviso; rua de Conegliano e parreirais na região de Valdobbiadene (fotos: 1 e 2- Didier Descouens/Wikimedia; 3- Rollroboter/Wikimedia; 4- DaniFAB/Pixabay)
No último dia de passeios, partimos para o Noroeste do Veneto, com a primeira parada em Belluno, para visitar a Praça Duomo e o Palácio dei Rettori. Durante o trajeto, admiramos o belo cenário formado pela vista da cadeia montanhosa e do vale do Rio Piave, conhecido como o rio sagrado da pátria, em virtude das batalhas históricas ocorridas durante a Primeira Guerra Mundial. Apreciando mais de perto o magnífico panorama das Montanhas Dolomitas, chegamos em Cortina d’Ampezzo, na divisa com a região do Trentino-Alto Adige. Após almoço em restaurante típico, passeamos pelo centrinho dessa bela e sofisticada localidade alpina, percorrendo o badalado Corso Italia até a Basílica dei Santi Filippo e Giacomo.
Uma panorâmica da área central de Belluno e a natureza nos arredores da cidade; e Cortina d'Ampezzo com as Dolomitas ao fundo (fotos: 1- Tiia Monto/Wikimedia; 2- Kordi Vahle/Pixabay; 3- Shutterstock)
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AS DUAS REGIÕES NO MAPA DA ITÁLIA
Veneto e Friuli-Venezia Giulia
VENETO E FRIULI-VENEZIA GIULIA EM VÍDEO
Veneto
Friuli-Venezia Giulia
VENETO E FRIULI-VENEZIA GIULIA À MESA
Sabores marcantes das duas cozinhas
Veneto
Risi e bisi
foto: Charles Haynes/Wikimedia
O Veneto, aliás, ao lado da Lombardia e do Piemonte, é um dos maiores produtores de arroz da Itália. Isso se reflete diretamente na culinária típica, recheada de pratos com o ingrediente, como os risotos al nero di seppia (com tinta de lula), de Veneza; con i rovinassi (fígado de frango), de Padova; e all'Amarone (feito com o famoso vinho local), de Verona. Nessa lista também pode ser incluído o risi e bisi (arroz e ervilhas), um dos pratos preferidos na corte dos Doges da República de Veneza. A receita, um meio termo entre risoto e sopa, provavelmente remonta ao início da Idade Média e passou a ser associada às comemorações do padroeiro de Veneza, São Marcos, em 25 de abril. Hoje, o risi e bisi se espalhou por toda a região. Na província de Vicenza, ele é preparado com ingredientes locais, como o arroz Grumolo delle Abbadesse, uma variedade do tipo vialone nano, e as ervilhas de Lumignano. O prato clássico leva as favas das ervilhas na elaboração do caldo (que emprestam um tom verde mais intenso ao creme) e o reforço de sabor de pequenos cubos de pancetta.
Friuli-Venezia Giulia
Presunto San Daniele
foto: Charles Haynes/Flickr
Um dos orgulhos da mesa friulana, o presunto de San Daniele tem uma tradição muito antiga. Os celtas, que ocuparam San Daniele del Friuli por volta de 400 a.C., já elaboravam nesta região um produto similar ao atual. Hoje, o prosciutto di San Daniele ostenta o selo D.O.P. (Denominação de Origem Protegida) da União Europeia e compete em qualidade com o mais famoso dos frios italianos, o presunto de Parma. Sua elaboração segue regras bem específicas e tem a tutela de um consórcio formado por 31 produtores, com sede na pequena cidade da província de Udine que lhe empresta o nome. O processo começa com a seleção dos pernis suínos, que, obrigatoriamente, vêm de porcos criados em dez regiões italianas delimitadas (a Lombardia é a principal fornecedora), das raças Large White, Landrace e Duroc italiana, com mais de nove meses de vida e peso acima de 160 quilos. Depois de receberem uma quantidade de sal marinho proporcional ao tamanho, as peças de carne são prensadas, para ganharem a textura ideal e, consequentemente, exibirem a característica forma de um violão. Os ventos dos Alpes Cárnicos unidos às brisas do Mar Adriático criam condições ideais para a cura, que não dura menos de oito meses. Na boca, o San Daniele tem textura delicada e macia, com um sabor evidente, porém mais adocicado que o de outros presuntos italianos. No prato, compõe com figos assados uma clássica receita friulana.
Veneto e Friuli-Venezia Giulia
Tiramisù
foto: Christo Anestiev/Pixabay
A origem deste famoso doce italiano envolve uma boa dose de polêmica e reivindicações de quatro regiões italianas. Para os toscanos, ele teria surgido em uma pastelaria de Siena no século 17, como homenagem a uma visita do grão-duque da Toscana da época, Cosimo de Medici. Os piemonteses preferem a versão de nascimento associada a um pasteleiro de Turim. Mas as histórias mais ricas em documentação ligam o surgimento do doce à segunda metade do século 20 e às regiões do Veneto e de Friuli-Venezia Giulia. Na primeira, defende-se que o tiramisù foi criado no restaurante Alle Beccherie, no início dos anos 70. Os habitantes da segunda região preferem crer que no princípio dos anos 50 ele já era servido no hotel e restaurante Roma, na cidade de Tolmezzo, província de Udine – com o nome de trancia al mascarpone e, posteriormente, como tiramisù. Independentemente do berço da receita, seu nome significa “levante-me” ou “puxe-me para cima” em português. A composição do doce explica o termo: cacau em pó, café, açúcar, biscoitos savoiardi (primos da bolacha champanhe), ovos e queijo mascarpone dão um caráter bem energético para a mistura, que não passa por aquecimento. Hoje, o tiramisù é elaborado mundo afora em diversas versões, a exemplo da que substitui os biscoitos por pão-de-ló ou da que acrescenta licor ou vinho Marsala ao preparo.
VENETO E FRIULI-VENEZIA GIULIA EM FILMES
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Veneto
O Turista (2010)
Frank Tupelo (interpretado por Johnny Depp), um professor americano em viagem pela Europa, tem sua vida transformada quando conhece Elise Clifton-Ward (Angelina Jolie), a bordo de um trem com destino a Veneza. O encontro entre os dois, na verdade, não é casual. A mulher, misteriosa e fascinante, envolve o turista em uma estranha aventura, na tentativa de enganar os policiais que procuram seu ex-amante, o criminoso Alexander Pearce, fisicamente parecido com Tupelo. A confusão aumenta com a chegada do gangster Reginald Shaw (Steven Berkoff), que também procura Pearce. Em meio a uma série de intrigas e muita ação, nasce uma história de amor, tendo como cenário os canais de Veneza, a Praça San Marco, o Hotel Danieli e prédios históricos, como o Arsenale e o Fondaco dei Turchi.
A Pantera Cor-de-Rosa (1963)
O filme foi quase inteiramente gravado em Cortina d’Ampezzo, a charmosa estação de esqui do Veneto, aos pés das Montanhas Dolomitas. O título faz referência a um enorme diamante rosa, que contém em seu interior uma imagem parecida com a de uma pantera saltando. A pedra preciosa pertence a Dala (Claudia Cardinale), que é assediada pelo galante Sir Charles Lytton (David Niven) e por seu sobrinho, o americano George (Robert Wagner). Enquanto isso, o atrapalhado inspetor da polícia de Paris, Jacques Clouseau (Peter Sellers), está muito perto de encontrar o ladrão conhecido como “O Fantasma”. Clouseau, porém, não desconfia que sua esposa Simone (Capucine) é amante e cúmplice do criminoso. A trilha sonora, assinada por Henry Mancini, ganhou o Oscar e o Grammy, ambos em 1965.
Friuli-Venezia Giulia
O Garoto Invisível (2014)
Michele Silenzi (Ludovico Girardello) é um adolescente de 13 anos que mora em Trieste, capital da região Friuli-Venezia Giulia. Tímido e introvertido, frequentemente sofre bulling na escola e é ignorado por Stella (Noa Zatta), uma colega de classe pela qual está apaixonado. Em casa, o garoto sente a falta da figura paterna, apesar do constante apoio de Giovanna (Valeria Golino), a mãe adotiva. Uma grande reviravolta em sua vida acontece depois de uma festa de Halloween, quando, fantasiado de super-herói, é novamente vítima de gozações por parte dos colegas. No dia seguinte, diante do espelho, vestindo a mesma roupa, ele descobre que pode se tornar invisível. O filme é dirigido por Gabriele Salvatores, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, com Mediterrâneo, em 1992.
A Garota do Lago (2007)
Suspense baseado no livro Don't Look Back, escrito pela norueguesa Karim Fossum. No filme, os personagens são italianos e a ambientação é na província de Udine, nos lagos de Fusine, em Tarvisio. O delegado Giovanni Sanzio (Toni Servillo) é chamado para investigar o desaparecimento de uma menina de 6 anos, ocorrido em um pacato vilarejo do interior do Friuli. A menor reaparece, mas Sanzio se depara com um novo caso: a morte de uma bela estudante e jogadora de hóquei, encontrada nua às margens de um dos lagos. O crime abala o cotidiano daquela pequena comunidade, colocando sob suspeita integrantes de quase todas as famílias locais. Esse filme marca a estreia do diretor Andrea Molaioli e venceu nove categorias do David di Donatello, principal premiação do cinema italiano, em 2008.
VENETO E FRIULI-VENEZIA GIULIA EM LIVROS
Veneto
Romeu e Julieta (William Shakespeare)
Um clássico da literatura mundial, escrito por William Shakespeare no início de sua carreira (entre 1591 e 1595), foi adaptado muitas vezes para o teatro e o cinema, emocionando várias gerações de namorados. Os jovens Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, contrariando os interesses de suas famílias, decidem se casar secretamente. O romance se transforma em drama, com Romeu condenado ao exílio e a imposição familiar de outro noivo para Julieta. A história desse amor proibido tem como cenário a cidade de Verona, onde Shakespeare jamais esteve. O dramaturgo inglês se inspirou em contos italianos da época e em novela semelhante escrita por Luigi da Porto, sessenta anos antes.
O Deserto dos Tártaros (Dino Buzzati)
O jovem subtenente Giovanni Drogo é enviado para uma longínqua fortaleza, próxima do deserto. A anunciada invasão dos tártaros não acontece, tornando sem sentido uma rotina composta de treinamentos, troca da guarda e outras cerimônias militares. Quando retorna para a sua cidade, ele percebe que perdeu o contato com o mundo e vê que seus amigos se casaram, tiveram filhos e seguiram suas vidas. De volta à fortaleza mais uma vez, seu drama pessoal ainda ganha outros problemas. Publicado pela primeira vez em 1940, o livro é considerado a maior obra de Buzzati, jornalista e escritor nascido em Belluno, no Veneto.
Friuli-Venezia Giulia
Microcosms (Claudio Magris)
O autor Claudio Magris, nascido em Trieste, costuma ser apresentado como “um homem de fronteira”. Em nove contos, com perspectivas históricas, geográficas e culturais, ele faz um retrato de sua cidade natal e de territórios vizinhos. Por meio de vários fios condutores, a viagem começa no Caffè San Marco, um ponto de encontro de intelectuais triestinos desde 1914, ainda no período do Império Austro-Húngaro. O livro também tem a natureza como protagonista e convida o leitor a refletir sobre o mundo de hoje, com exemplos de grande civilidade e da arte de viver, independentemente de etnia, geografia ou religião. A obra venceu o Strega, premiação mais importante da literatura italiana, em 1997.
Os turcos no Friuli (Pier Paolo Pasolini)
Escrito pelo genial Pier Paolo Pasolini em maio de 1944, quando o autor, com apenas 22 anos, já demonstrava seu interesse pelo teatro. A obra intitulada “I Turcs tal Friùl”, foi originalmente redigida em dialeto friulano e publicada somente em 1976, um ano após a sua morte. O ponto de partida é um episódio histórico, ocorrido em 1499, com a invasão dos turcos no Friuli. Naquele contexto, eles ocuparam inclusive a localidade de Casarsa, onde nasceu a mãe de Pasolini e ele viveu durante a Segunda Guerra Mundial. Os turcos são uma evidente metáfora dos nazistas, que foram os invasores da época do autor. A consciência política e a versatilidade também estavam precocemente presentes na vida deste escritor e poeta, que depois se tornaria um dos mais polêmicos cineastas italianos.
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